FAUNA

Atropelamentos ameaçam espécies no MS

08/11/2016

O Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul, por meio do Promotor de Justiça Alexandre Lima Raslan, realizou reunião-técnica, dia 3 de novembro, para apurar o impacto de atropelamentos da fauna silvestre e a ausência de medidas de mitigação para acidentes, que são de responsabilidade do Estado. Raslan preside Inquérito Civil que tramita desde maio de 2016 na 34ª Promotoria de Justiça do Estado do MS sobre a rodovia MS-040, uma das recordistas em atropelamentos de fauna silvestre em MS. O objetivo foi discutir medidas urgentes para redução dos acidentes automobilísticos envolvendo animais silvestres que não só impactam diretamente a biodiversidade do estado, como interferem na segurança dos usuários nas rodovias.

O encontro teve a participação de especialistas em conservação de fauna, como a coordenadora da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (INCAB/IPÊ) Patrícia Medici. A pesquisadora relatou que desde 2013 um total de 165 carcaças de antas foram encontradas. Considerando-se que muitas carcaças podem não ter sido detectadas pela equipe de Patrícia, a estimativa é que, ao todo, 250 antas devam ter sido atropeladas e mortas nessas rodovias. As rodovias campeãs em mortalidade de antas no MS são a BR-267, particularmente no trecho entre os municípios de Nova Alvorada do Sul e Nova Casa Verde, e a MS-040, que liga a capital Campo Grande ao município de Santa Rita do Pardo (tema do inquérito). Na BR-267, o total de carcaças detectadas foi de 62, podendo chegar até cerca de 90, enquanto na MS-040 foram registradas 49 carcaças, podendo este número chegar a 70.

O monitoramento de atropelamentos realizado pela INCAB também mostra as áreas de maior risco de colisão com anta em diversas rodovias do Estado do MS, sendo estas as áreas prioritárias para mitigação do problema. Fernanda Abra, especialista em ecologia de estradas e colaboradora do trabalho da INCAB no MS, apresentou alternativas de mitigação a serem adotadas tanto pela rodovia alvo do Inquérito (MS-040) quanto para novos licenciamentos do Estado.