MEIO AMBIENTE

Bioindicadores avaliam água de represa

15/05/2017
Coordenadas por Eliane Pintor de Arruda, docente do Departamento de Biologia (DBio) do Campus Sorocaba da UFSCar, as pesquisas realizadas pelo Laboratório de Estudos em Macroinvertebrados Bentônicos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), desde 2013, alertam para os riscos de degradação ambiental no reservatório de Itupararanga, formado pelo represamento das águas do rio Sorocaba, Os estudos utilizam macroinvertebrados bentônicos como bioindicadores da qualidade da água, complementando assim análises mais convencionais de variáveis físico-químicas, insuficientes para a caracterização da integridade e da qualidade dos recursos hídricos.
 
Os ecossistemas aquáticos são compostos por três comunidades de organismos, caracterizadas conforme seus hábitos de vida: a planctônica (composta por fitoplâncton, zooplâncton e bacterioplâncton); a nectônica (invertebrados, protozoários, peixes e mamíferos, dentre outros); e a bentônica, composta pelos organismos que vivem sobre ou no interior do substrato - leito dos rios, por exemplo -, como larvas de inseto, caramujos e minhocas de água doce. "O biomonitoramento analisa justamente as respostas dos organismos vivos a perturbações ambientais, geralmente causadas pelas atividades humanas. No caso dos macroinvertebrados bentônicos, a baixa diversidade e a grande abundância de poucas espécies desses animais - aquelas mais tolerantes a essas alterações - são, geralmente, características de ambientes em processo de degradação ou degradados. E foram estes os resultados que encontramos na represa de Itupararanga, associados a características físico-químicas da água e do sedimento, especialmente o elevado teor de matéria orgânica", relata Eliane. O uso de bioindicadores não é comum para avaliar a qualidade da água no Brasil, mas sua utilização já é grande por órgãos de avaliação ambiental em países europeus e norte-americanos. 
 
O reservatório de Itupararanga tem grande importância hídrica para a região onde está localizado, abastecendo as cidades de Votorantim, Ibiúna, São Roque e Sorocaba. A represa também é usada como área de lazer, para geração de energia elétrica, irrigação agrícola, pesca e controle de vazão do rio Sorocaba.