CARVÃO

Fundo norueguês desinveste em empresas

16/11/2017

O fundo de previdência privada norueguês Storebrand Asset Management atualizou seus critérios de desinvestimento para empresas carboníferas. Com a medida, mais de dez empresas foram excluídas de sua carteira. O Storebrand definiu em 2013 seus primeiros critérios de ranqueamento e desinvestimento para empresas carboníferas.

Com mais de US$ 80 bilhões de ativos sob gestão, o Storebrand Asset Management definiu que combustível fóssil é incompatível com os objetivos climáticos anunciados no Acordo de Paris da ONU. “Dois anos depois do Acordo de Paris, o Storebrand considera como nosso dever desafiar as empresas envolvidas com o carvão, considerando que as usinas de carvão são a maior fonte de emissão de dióxido de carbono”.

"Hoje estamos desafiando o setor financeiro, inclusive o Fundo de Petróleo da Noruega, que gere um trilhão de dólares, a também desafiar mais empresas ligadas ao setor carbonífero, incluindo empresas gigantes de energia que operam na Alemanha. Isso também é um aviso para todos os que projetam e constroem termelétricas a carvão. Se vocês colocarem novas pedras fundamentais no chão, não estaremos com vocês”, disse Jan Erik Saugestad, CEO da Storebrand Asset Management.

O CEO do Fundo norueguês exige ainda que os produtores de energia limpem suas fontes ou perderão clientes e investidores. “Desde 2010, o capital que está abandonando usinas de energia a carvão equivale a US$ 432 bilhões e essa tendência de êxodo do investidor deve se aprofundar à medida que a indústria enfrenta declínio estrutural", disse o executivo. Os 14.300 MW em construção pelas empresas excluídas excedem toda a capacidade instalada no Reino Unido e na Irlanda, ou mais do que toda a capacidade instalada de geração por meio do carvão existente na Grécia, Holanda e França.

Os critérios aprimorados levam a desinvestimentos consideráveis em empresas que desenvolvem novas termelétricas a carvão. Para a Storebrand, há um limite absoluto de um Gigawatt em construção. Além disso, os critérios melhoram os métodos existentes, incluindo uma avaliação adicional de empresas com altos níveis de carvão em seu atual mix de geração e de receita significativa de distribuição. Simultaneamente, o Fundo norueguês expandiu seu fundo livre de combustíveis fósseis de US$ 1,8 bilhão. Duas empresas norte-americanas entraram neste fundo, sendo uma que investe em cabos de alta tensão a corrente contínua e outra em eficiência energética de edifícios, além das oito empresas de energia solar e de duas empresas de energia eólica dos EUA já presentes no fundo.