A irrigação como agente mitigador da seca no sul do Brasil

20/03/2023
É possível produzir mais com menos, em um ambiente de seca extrema através da irrigação localizada.

Por: Maxwell Soares da Silva (*)

A estiagem que afeta o sul do Brasil levou 44 municípios do Rio Grande do Sul a decretarem estado de emergência, com prejuízos na casa dos milhões na agricultura, tendo em vista que essa região é grande produtora de grãos. 

A seca é um fenômeno antigo e cíclico, que o ser humano deve buscar conviver e buscar alternativas que mitiguem os seus danos. Como exemplo de como lidar com a seca, temos Israel, localizado no oriente médio, que nos ensina uma grande lição: é possível produzir mais com menos, em um ambiente de seca extrema através da irrigação localizada.

Israel se tornou exportador desta tecnologia para o mundo inteiro, onde através de mangueiras com emissores de alta tecnologia, fornecem água e nutrientes de maneira localizada e na quantidade ideal para a planta, sem desperdício. Essa tecnologia se chama irrigação por gotejamento.

O gotejamento transformou a realidade de regiões áridas em todo o mundo, como por exemplo o vale do são Francisco e Mossoró no Rio Grande do Norte, grandes pólos exportadores de frutas. Nestas regiões a pluviosidade é muito baixa durante o ano, sendo praticamente impossível produzir dependendo exclusivamente da chuva. 

Esta tecnologia por gotejamento pode ser utilizada com outras tecnologias de monitoramento do solo, como tensiômetros e estações meteorológicas, que proporcionam um ajuste mais fino da quantidade de água a ser ofertada à planta. A estação meteorológica fornece dados como a evapotranspiração, que é a quantidade de água que o solo perdeu pela evaporação, tendo também a transpiração, que é quantidade de água que a planta perdeu, necessitando assim repor essa água de acordo com a fase fenológica da cultura. Os tensiômetros auxiliam no fornecimento da informação da quantidade de água disponível no solo para a planta, servindo como ferramenta de quando se deve irrigar. Com essas informações fornecidas, o agricultor tem em mãos a escolha de quando irrigar e fertirrigar, utilizando os insumos e recursos naturais de forma mais precisa, produzindo com mais qualidade.

 

(*) Especialista Agronômico da Netafim