RESÍDUOS SÓLIDOS

A Logística Reversa na indústria de plástico

30/10/2015

Por Eduardo de Souza Canal *

Atualmente, a Logística Reversa é uma tendência que esta ganhando força no mercado, pois o consumidor está se sensibilizando fortemente com a tendência da economia sustentável. E, dentro de uma visão de logística integrada, é comprovado que por meio de uma Logística Reversa eficiente é possível diminuir custos e propiciar vantagem competitiva às empresas.

No setor de plástico, especificamente, a LR é aplicada como ferramenta para tratativa de produto de pós-consumo, com destinação para as indústrias que reutilizarão como matéria prima. Estudos comprovam a possibilidade de utilizar as resinas recicláveis para diversas aplicações, apenas com exceção das embalagens para a indústria de alimentos. A operação da Logística Reversa, no cenário do setor de plástico, se baseia na prisma: cliente, centro de distribuição e fabricante.

O cliente final e os grandes atacadistas podem ser considerados a maior fonte dos plásticos pós-consumo. Eles devem ser atingidos por meio da implementação de programas de coleta seletiva pelo poder público com apoio da população ou, até mesmo, através de campanhas promovidas pelo setor privado, com o intuito de arrecadar e recolher os produtos.

O Centro de Distribuição, por sua vez, é o mais importante, pois é o elo entre os outros dois pilares: cliente e fábrica. Neste pilar, a utilização de sistemas de informação especialistas na logística como o WMS (Warehouse Management System), ferramenta de sistema de informação que possibilita o monitoramento e a validação do fluxo operacional - recebimento, armazenagem, expedição - e TMS o (Transportation Management System), ferramenta de sistema de informação que realiza a administração e controla o transporte, se fazem necessários para garantir o fluxo do processo e da informação.

O transporte do produto para o Centro de Distribuição e o transporte do Centro de Distribuição para a fábrica deve ser planejado e preparado para que haja coleta e entrega em diversos pontos de forma roteirizada. Os custos operacionais e administrativos, a análise de rotas e atendimentos devem ser constantemente monitorados para que se obtenham lucros no transporte, viabilizando o processo como um todo na cadeia da Logística Reversa.

No Centro de Distribuição (Armazém), é necessário que no momento do recebimento da mercadoria (triagem dos produtos de pós-consumo) seja realizado a separação por tipo de polímeros.  Este é um dos fatores chaves que irão garantir o sucesso da implementação da Logística Reversa no setor plástico e, para que aconteça de forma satisfatória, é imprescindível o treinamento operacional, além da estrutura física e processos de auditoria e qualidade sobre esta atividade.

No fluxo de triagem de Recebimento, o processo deve ocorrer em duas etapas: a primeira é composta pela diferenciação do plástico reciclável do não reciclável, entre eles o Termoplástico, os Termorrígidos e os Elastômeros, entre outros. Na segunda etapa é realizada a triagem do material possível de reciclagem e sua destinação, conforme a característica de polímero: Policarbonato, Poliuretano, Policloreto de vinilo, Poliestireno, Polipropileno, Polietileno Tereftalato, etc.

As indústrias atualmente estão distanciadas da Logística Reversa devido à inexistência de um programa consolidado de coleta seletiva e a falta de uma legislação efetiva. Porém, este é o pilar que finaliza o processo da Logística Reversa.  É aqui que está concentrada a expectativa do retorno de investimento. Em resumo, para o segmento plástico, os benefícios que a Logística Reversa oferece estão diretamente ligados à tecnologia, estrutura e recursos disponibilizados aos dois pilares cliente e centro de distribuição.


*Eduardo de Souza Canal é consultor de negócios da Store Automação, companhia de Tecnologia da Informação especializada no setor logístico