MATA ATLÂNTICA

Minas Gerais lidera lidera no desmatamento

06/06/2016

De acordo com os novos dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, foram desmatados 18.433 hectares, ou 184 km2 de remanescentes florestais da Mata Atlântica no período 2014 a 2015, um aumento de 1% em relação ao período 2013-2014, quando foram desmatados 18.267 hectares.

O estado de Minas Gerais, que nos períodos anteriores havia registrado queda, voltou a liderar no desmatamento, com supressão de 7.7902 hectares (aumento de 37% em perda de floresta). Em segundo lugar ficou a Bahia, com 3.997 hectares desmatados, embora tenha havido uma redução de 14% em relação ao ano anterior. O Piauí, que havia sido campeão do desmatamento entre 2013 e 2014, caiu para terceiro lugar, registrando uma redução de 48% no índice de desmatamento, que passou de 5.626 há para 2.926 há.

Os três estados destacam-se no ranking devido ao desmatamento identificado nos limites do Cerrado. O município piauiense de Alvorada da Gurguéia foi o responsável pela maior área desmatada entre todas as cidades do Brasil. Entre 2014 e 2015, foram desmatados 1.972 ha na localidade. Baianópolis e Brejolândia, ambos no estado da Bahia, vêm logo a seguir, com taxas de desmatamento de 824 há e 492 ha, respectivamente.

Em Minas Gerais, a atividade que mais desmatou remanescente de Mata Atlântica, segundo o relatório, foi a mineração. Um fato marcante foi o desmatamento de 258 ha em Mariana, sendo que 65% foi decorrente do rompimento da barragem de rejeitos da Samarco, em novembro de 2015.  Mapas compilados em parceria com o INPE mostram o impacto do “maior desastre ambiental já ocorrido na Mata Atlântica.

Mas não são apenas os estados de Minas Gerais, Piauí e Bahia que mostram quadro preocupante de desmatamento. O Paraná, segundo o relatório, também se encontra em estado de atenção. Foi o estado onde o aumento do desmatamento ocorreu de forma mais brusca, com um salto de 116%, passando de 921 hectares de florestas nativas desmatadas para 1.988 hectares.  “O retorno do desmatamento nas florestas com araucária é o principal ponto de alerta, responsável por 89% (1.777 ha) do total de desflorestamento no estado paranaense no período 2014-2015. Restam somente 3% das florestas que abrigam a Araucaria angustifolia, espécie ameaçada de extinção conhecida também como pinheiro brasileiro”, informa o relatório.

Os dados completos e o relatório técnico poderão ser acessados em breve nos sites www.sosma.org.br e www.inpe.br.