ÁGUAS LITORÂNEAS

Obras melhoram balneabilidade no litoral paulista

16/06/2015

Segundo Relatório de Qualidade das Águas Litorâneas 2014, feito pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), foi constatada melhora em 28 praias dos quatro municípios do litoral norte. As praias próprias para uso o ano todo passaram de 22% para 28%. Em 2014, houve redução de 20% para 7% nas praias consideradas ruins e queda de 5% para 2%, nas praias de balneabilidade péssima.

Nos últimos anos, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) investiu cerca de R$ 572 milhões em obras nos quatro municípios do litoral norte, com a entrega de sete Estações de Tratamento de Esgotos, mais de 400 km de redes coletoras e 30 mil ligações domiciliares. Os investimentos também incluem as obras do Programa Onda Limpa Litoral Norte, com a entrega da ETE Porto Novo, execução de redes coletoras, estações elevatórias e estações de tratamento nas quatro cidades da região, bem como em sistemas de abastecimento de água. Os empreendimentos garantem água de qualidade à população e preservação ambiental para os 320 mil moradores e para os cerca de 1 milhão de turistas que visitam o local durante a temporada de verão.

Na Baixada Santista, 34 praias, em oito municípios da região, melhoraram. Entre as praias consideradas ótimas ou boas, o índice saltou de 3% para 11%. Já aquelas avaliadas como péssimas diminuíram de 30% para 10%. Já o Relatório de Qualidade das Águas Superficiais 2014 mostra que o rio Cubatão registrou melhora na qualidade de suas águas no ano passado. Em razão das obras de saneamento, o rio usado para o abastecimento de cidades como Cubatão, Santos, São Vicente e parte de Guarujá e Praia Grande, corresponde a 50% da água tratada de toda a Baixada Santista. No ponto analisado, o Índice de Qualidade de Água (IQA) do rio subiu de 63 em 2009 para 72 no ano passado, mantendo a classificação boa. Entre 2007 e 2012, o rio Cubatão recebeu nova Estação de Tratamento de Esgoto e a implantação de um novo sistema de tratamento na estação já existente na cidade. Como resultado, espécies de peixes – como a tainha - retornaram ao rio, que voltou a ser atrativo turístico, procurado por pescadores da Baixada, Capital e do Grande ABC.

A Sabesp desenvolve na Baixada o Programa Onda Limpa desde 2007, em que já foram investidos cerca de R$ 1,5 bilhão na primeira etapa do programa, com a execução de aproximadamente 1 mil km de tubulações para a coleta e afastamento dos esgotos, 89 estações de bombeamento, 7 estações de tratamento, 2 estações de precondicionamento e 79.356 ligações domiciliares.

Além disso, a Sabesp desenvolve trabalho para acompanhar o crescimento populacional na região. Com base em estimativas do IBGE, o crescimento populacional é superior ou igual a 10% em todo litoral de São Paulo. Os maiores aumentos na Baixada foram nos municípios de Bertioga (32%) e Praia Grande (24%). “No período entre 2013 e 2014, a quantidade de novas ligações domiciliares aumentou em 1,4% em toda a Baixada, enquanto a estimativa do IBGE indicou aumento de 0,92% no número de habitantes”, explica o superintendente da Sabesp na Baixada, João Cesar Queiroz Prado.

No documento, a Cetesb cita como fatores para prejudicar a qualidade das águas as áreas irregulares e ligações clandestinas em rios e encostas. Para incentivar a conexão dos imóveis à rede coletora, a Sabesp e o Governo do Estado de São Paulo também possuem o Se Liga na Rede. O programa beneficia famílias de baixa renda, custeando as ligações de esgoto internas dos imóveis. Já os demais moradores que ainda não se ligaram à rede coletora que passa na porta do imóvel precisa se conectar, ou seus esgotos vão continuar poluindo as praias.

De acordo com o relatório da Cetesb, as melhores praias em termos de qualidade da areia são: Indaiá, Prumirim em Ubatuba, Grande em Ilhabela, Sonho em Itanhaém, Vila Mirim em Praia Grande, Barequeçaba e Maresias em São Sebastião, Sino em Ilhabela, Boqueirão e Gonzaguinha em São Vicente. Em relação aos animais domésticos, a Cetesb lembra que as fezes dos cães e felinos possuem carga poluidora de coliformes muito superior às fezes humanas. Por isso, a Sabesp orienta que as fezes dos animais sejam recolhidas e descartadas na rede pública de esgoto, que desta forma receberá o devido tratamento.