RENOVÁVEIS

Para BP, setor deve crescer 6,6% ao ano até 2035

17/02/2016

A edição 2016 do relatório Energy Outlook, publicado anualmente pela BP, que traz o panorama do setor energético até 2035, aponta para um discreto avanço das energias renováveis em relação aos combustíveis fósseis, cenário que, na avaliação de especialistas, distorce o real potencial das renováveis.

A BP prevê que a demanda por energia crescerá 34% entre 2014 e 2035 - 1,4% ao ano. No ano passado, a projeção era de 37%. A revisão para baixo deve-se a uma maior eficiência energética. A previsão para as energias renováveis é de um crescimento de 6,6% ao ano. A projeção de demanda de energia renovável em 2035 foi revista para acima de 14% em comparação com os números do ano passado. Mas os números da BP indicam que apenas 34% do crescimento no consumo de energia entre 2014 e 2035 serão atendidos por energias renováveis ​​- eólica, solar, biocombustíveis, hídrica, 6,5% em nuclear. 

Segundo o relatório da BP, os combustíveis fósseis irão fornecer 79% das necessidades de energia do mundo em 2035. Ainda assim, trata-se de uma queda em relação à previsão de 81% em 2015 e de 86% em 2013. As energias de baixo carbono - energias renováveis ​​e nuclear -  fornecerão 21% da energia mundial em 2035, segundo os novos números da BP. Para efeito de comparação, o cenário de aumento global da temperatura de 2 graus da IEA estima que fontes de baixo carbono serão responsáveis ​​por um terço do abastecimento de energia em 2035. A demanda por carvão em 2035 foi revista para baixo 6% em relação à previsão do ano passado, devido a um abrandamento do crescimento econômico da China e "políticas ambientais e climáticas que  encorajam uma mudança mais rápida para combustíveis de baixo carbono".

A demanda por gás, de acordo com o relatório, vai crescer 1,8% ao ano até 2035, uma revisão ligeiramente para baixo em relação ao 1,9% ao ano na perspectiva do ano passado. Já a produção de gás de xisto deve crescer fortemente (5,6% ao ano), diz a BP. O petróleo cresce de forma constante (0,9% ao ano), embora a tendência de redução da sua participação continue.