URÂNIO

Taxas elevadas em poços no RJ

07/12/2020

O Departamento de Química do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio) desenvolveu o projeto “Poços da Serra”, com apoio do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O estudo encontrou taxas de urânio 30 vezes mais altas do que o normal em amostras de água de poços artesianos profundos de municípios da Região Serrana do estado do Rio, como em São José do Vale do Rio Preto, Petrópolis, Teresópolis e Magé, entre outros. 

Segundo os resultados obtidos, apenas os poços profundos (maiores do que 80m) apresentam esse problema. Os poços mais rasos e minas d’água não registraram taxas elevadas de urânio nas amostras de água. 

Com o objetivo de conscientizar a população dessas localidades sobre a importância da contaminação, foram desenvolvidos o aplicativo “Poços da Serra” e o site www.pocosdaserra.com. Através destes canais de comunicação, a população pode se cadastrar e solicitar ao LabAguas análises grátis da água. A solicitação é válida somente para quem tiver poço(s) acima de 80m. O laboratório irá enviar, sem nenhum custo, o material necessário e todas as instruções para coleta da água e envio das amostras à PUC-Rio. 

Desde 2018, o LabAguas, coordenado pelo Prof. José Marcus Godoy, avalia a radioatividade em águas subterrâneas da região. A quantidade de urânio encontrada chegou a até 930 microgramas por litro d'água, quando o limite existente na legislação brasileira, que segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde, é de apenas 30 microgramas por litro d'água. "A causa é geológica: o urânio, presente nas rochas, se dissolve na água e, por ser um metal pesado, pode causar problemas no fígado", revela Godoy.